NATO

Seh M. Pereira

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E submeto-me a uma
cesariana
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na garganta 

do silêncio..

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Arte de Patty Maher Photography

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AVOENGO

Seh M. Pereira

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Pés de ninho em

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chão

passarinheiro; a voar..

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PALIÇO

Seh M. Pereira

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Nos lamacentos canais de irrigação
desfiguro

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meus pulsos, e talho 
sepulturas sem identificações

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nas paredes 
lisas.. Desprovido de misericórdia, sanguessugas

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na epiderme da alma..

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Arte de Patty Maher Photography

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COÁGULO

Seh M. Pereira

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No
cultivo de anticorpos,

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amordaço os discursos inúteis do
santo.. Nas leis descritas em tábua de pedra; talho os pulsos, e
submerso

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nas paredes
lamacentas das sanguessugas.. Nas águas 
sem reboco,

um redemoinho anti-horário me direciona.. Em nome 
do pai,

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do

cético, e do espírito santo..

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Arte de Patty Maher Photography

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PESPONTO

Seh M. Pereira

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Um 
paraíso das maçãs emboloradas; tilintar

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não coagulado da estufa..

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Arte de Patty Maher Photography

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TRASLADO

Seh M. Pereira

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Abandono o velho costume dos cálculos, mas 
tento

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enumerar 
quanto tempo há em um segundo; no 
eixo

vesgo

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da terra.. Meu par 
de novos sapatos apropriam, 
também, algo semelhante a um passo..

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HARAQUIRI

Seh M. Pereira

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Adio minha morte quando 
julgo necessário, e

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acelero outras; os

suicidas têm algo de,

.

quase, raro.. 

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GUME

Seh M. Pereira

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Do não 
coágulo

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acirrado pela sucessão de mim, ao 
exílio

dos outros eus apartidários.. Minha

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estufa 
é um gigante que modela pedras..

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Arte de Patty Maher Photography

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PAPAVERINA

Seh M. Pereira

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Dos breves suicídios que me 
proporcionam

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algo de alívio; tento me reconstituir..

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Arte de Patty Maher Photography

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PUA

Seh M. Pereira

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Sanguessugas

submergem na epiderme da alma, e 
perturbam

.
as batidas coaguladas da estufa; uma 
parede

sem reboco..

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Arte de Patty Maher Photography

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NABABESCO

Seh M. Pereira

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Noites primaveris de

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pétalas singularmente ressequidas; paredes lisas.. Um abajur remendado, e minha 
sombra de trás dos pés; flor diluída por mera distração, ou de

.
interrogações amontoadas..

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Arte de Patty Maher Photography

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NÚNCIO

Seh M. Pereira

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Os ruídos repetidos da ferrugem do eixo do ponteiro.. Na 
sepultura

de mim,

.
há 
vizinhos; no aguardo..

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Arte de Patty Maher Photography

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CAULIM

Seh M. Pereira

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Nos redemoinhos anti-horário dos 
meus remos, no gota 
a gota do

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tempo; um meio-caminho.. Pereço de paz..

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Arte de Patty Maher Photography

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GRUMO

Seh M. Pereira

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Tendo as perfeições dos benefícios no influxo 
das linhas mestras.. Do finito 
que se

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desnuda, aos impasses 
na sucessão que acarreta no exílio dos 
meus outros eus apartidários; sou uma sangrenta disputa

.
dos meus mortos

que remontam 

os dias que surjo..

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Arte de Patty Maher Photography

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SÚCIA

Seh M. Pereira

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Das minhas leis escritas em tábua de pedra.. Talho os pulsos, e submerso o corte nas 
paredes

.
lamacentas

das sanguessugas; cultivo anticorpos..

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Arte de Patty Maher Photography

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TRAMELA

Seh M. Pereira

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Velo meus surgimentos, e idolatro os 
suicídios; a flor

é maior

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do que 
a primavera..

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Arte de Patty Maher Photography

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PRURIDO

Seh M. Pereira

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Tantos pés formigantes que remontam 
espontâneos a figura dos 
dias

.
.
anteriores.. Meu velho sapato é mais, a perder 
de vista, do que 
o próprio chão.. Os apedrejos

.
não são

motivos para esquivar-me..

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Arte de Patty Maher Photography

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REIDE

Seh M. Pereira

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Dedos em figa nas linhas mestras da 
mão formigante; tento não,

mais,

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.
desperdiçar tanto chão.. O tilintar das

vidraças

.
desvirginadas que 
apedrejo 
soam um tempo esgotado; é 
a fé nos inúteis 
discursos do santo de casa.. Pés, agora,

maturos; e o

.
destino

fecundo do não..

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Arte de Patty Maher Photography

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