terça-feira, 31 de maio de 2016


LIMÍTROFE
Seh M. Pereira
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E dou-me as que me
entram sem pedir licença. E as
reconheço..! A esses demônios me entrego. Dou-me a todos os
demônios que me comem por dentro, e posso
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chamá-las pelo nome.. Dou-me, também,
quando o meu santo
bate
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com o de sua casa..

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CHUSMA
Seh M. Pereira
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Abro a gira dos
ponteiros, e proponho-me o aperto do passo; de um eixo que não
segue seu destino em ser ferrugem.. Não reajo a
nenhum nome de santo, mas
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rezo aos

de
outras casas..

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quinta-feira, 26 de maio de 2016

QUILOMBOLA
Seh M. Pereira
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Negro que lê..! Vestido de
renda,
bordado a mão, África
mãe. Tecido
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rasgado.
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Lutei; mas
a ratazana que roeu a
roupa da rainha e deixou-a seminua
ainda está prenha. Fiandeiro com discurso de capitão
do
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mato não
completa, áfrica rainha.
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E a ratazana que não
perde sua prenha. Agulha em desarranjo, não
completa
quilombola. Negro com discurso de
capitão do mato
descostura. Não completa..!
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Dei água a mãe; dei água. Dei água no seu trono de rainha, África.
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Lutei!.. Bordado a
mão; negro que lê, casa
grande não acolhe. A ratazana e
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suas ninhadas, casa
grande
acolheu. Tecido rasgado; vestido de
renda, África

rainha mãe.
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Casa grande senzala que se
planta injustiça pisada por pés pretos
descalços. Discurso de fiandeiro capitão do mato,
não completa, em
senzala que se planta injustiça pisada por pés pretos descalços. Quilombola,
casa grande não acolhe;
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lutei!..
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África chora as
lágrimas de seus filhos paridos
neste navio negreiro.
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Mas reescrevo minha história. Dei água a
mãe; dei água. Dei água no
seu trono de
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rainha, África.

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terça-feira, 10 de maio de 2016




EM
Seh M. Pereira
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da arrebentação: em
pêlos, e
pelos seus aplausos me
dou..! ensaio de
línguas;

das nossas
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salivas

em dialeto; nua.. em
pano de

fundo, despida: em
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pêlos, e pelos
nus sentidos. dos
cúmplices. do eu, todo
líquido. ensaio de
línguas. toda arrebentação e

timbre..! em

pêlos,
e me
.

afogo..
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