quinta-feira, 26 de maio de 2016

QUILOMBOLA
Seh M. Pereira
.
.
.
.

Negro que lê..! Vestido de
renda,
bordado a mão, África
mãe. Tecido
.
.

rasgado.
.

Lutei; mas
a ratazana que roeu a
roupa da rainha e deixou-a seminua
ainda está prenha. Fiandeiro com discurso de capitão
do
.

mato não
completa, áfrica rainha.
.
.

E a ratazana que não
perde sua prenha. Agulha em desarranjo, não
completa
quilombola. Negro com discurso de
capitão do mato
descostura. Não completa..!
.
.

Dei água a mãe; dei água. Dei água no seu trono de rainha, África.
.

Lutei!.. Bordado a
mão; negro que lê, casa
grande não acolhe. A ratazana e
.
.

suas ninhadas, casa
grande
acolheu. Tecido rasgado; vestido de
renda, África

rainha mãe.
.
.

Casa grande senzala que se
planta injustiça pisada por pés pretos
descalços. Discurso de fiandeiro capitão do mato,
não completa, em
senzala que se planta injustiça pisada por pés pretos descalços. Quilombola,
casa grande não acolhe;
.

lutei!..
.
.

África chora as
lágrimas de seus filhos paridos
neste navio negreiro.
.

Mas reescrevo minha história. Dei água a
mãe; dei água. Dei água no
seu trono de
.

rainha, África.

.
.
.

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário