FLAPE
Seh M. Pereira
.
.
.
.
das minhas
certidões,
flui o meu
amor por ti.. do meu
amor por ti, flui o envelhecer ao
seu lado..! ao seu lado, eu fluo.. fluo em uma
.
cumplicidade
que segue, aceita e me
permanece; e permaneço, aqui,
aceitando seguir ao
seu lado
.
até envelhecermos juntos..
.
.
.
.
.
.
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
CAÇULA
Seh M. Pereira
.
.
.
.
os
meus poemas sentem
ciúmes de
mim:
igual a filho, mais velho, que volta
a engatinhar
por causa do caçula.
sentem ciumes de mim; e é
nessas horas que a minha
única certeza é..
e é nessas horas que a única certeza
de minha poesia é
que..
.
.
é pelos olhos do poema, que
acabou de nascer,
que se sabe qual é o verme que ele
carrega..
.
.
.
.
.
.
Seh M. Pereira
.
.
.
.
os
meus poemas sentem
ciúmes de
mim:
igual a filho, mais velho, que volta
a engatinhar
por causa do caçula.
sentem ciumes de mim; e é
nessas horas que a minha
única certeza é..
e é nessas horas que a única certeza
de minha poesia é
que..
.
.
é pelos olhos do poema, que
acabou de nascer,
que se sabe qual é o verme que ele
carrega..
.
.
.
.
.
.
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
PRECE
Seh M. Pereira
.
.
.
.
e se essa rua fosse minha..?
o poema, com a roupa suja, passou por mim.
é um viaduto que se cala em respeito ao seu morador que reza no barraco.
barracos.
barracos. e barracos.
e barracos.
barracos. e barracos equilibrados em um alicerce.
a prece. e em situação de rua se entregou ao sinal de sua devoção, e se foi.
no viaduto.
depositei o respeito, e guardei também a minha prece.
o viaduto, às vezes, para o morador é um arco-íris..
embaixo do viaduto, um outro morador também guarda a sua prece.
o caminhão se cala, em cima.
em cima, o caminhão também se calou em respeito ao poema.
a prece é um poema que almoçou.
o alicerce dos barracos é um poema.
o alicerce desse viaduto, também, é um poema.
o alicerce dos moradores é a rima..
o poema é um alicerce que sustenta muitos barracos e me engana ao fingir que vai cair.
o poema é os moradores desse viaduto; desses barracos.
o poema sou eu, morador em situação da rua que não é minha.
e se essa rua fosse minha..?
eu mandava, eu mandava alguém lhe pagar ao menos um café.
o poema é um alicerce que finge que cede, mas me sustenta.
invejei o outro mendigo que passou por mim agora..
invejei o seu livre, e todas as amarras que me envolviam e me guardaram apertos se desfizeram; em janelas..
solto.
solto.
o poema, com a roupa suja, passou por mim.
eu sou, também, a roupa suja na ida
e isso não te invejo.
correndo com o relógio..
invejo a sua cortesia ao passar por mim e me reverenciar o perto..
logo eu que só reconheci meu perto na ida.
e ida pode ser de
partida,
despedida e ida de idade.
perdi todas as minhas certidões.
logo eu que só reconheci meu perto naquele mendigo, e
o invejei.
logo eu que só agora percebi que sou, às vezes, o fim do arco-iris: de concreto..
.
.
.
.
Seh M. Pereira
.
.
.
.
e se essa rua fosse minha..?
o poema, com a roupa suja, passou por mim.
é um viaduto que se cala em respeito ao seu morador que reza no barraco.
barracos.
barracos. e barracos.
e barracos.
barracos. e barracos equilibrados em um alicerce.
a prece. e em situação de rua se entregou ao sinal de sua devoção, e se foi.
no viaduto.
depositei o respeito, e guardei também a minha prece.
o viaduto, às vezes, para o morador é um arco-íris..
embaixo do viaduto, um outro morador também guarda a sua prece.
o caminhão se cala, em cima.
em cima, o caminhão também se calou em respeito ao poema.
a prece é um poema que almoçou.
o alicerce dos barracos é um poema.
o alicerce desse viaduto, também, é um poema.
o alicerce dos moradores é a rima..
o poema é um alicerce que sustenta muitos barracos e me engana ao fingir que vai cair.
o poema é os moradores desse viaduto; desses barracos.
o poema sou eu, morador em situação da rua que não é minha.
e se essa rua fosse minha..?
eu mandava, eu mandava alguém lhe pagar ao menos um café.
o poema é um alicerce que finge que cede, mas me sustenta.
invejei o outro mendigo que passou por mim agora..
invejei o seu livre, e todas as amarras que me envolviam e me guardaram apertos se desfizeram; em janelas..
solto.
solto.
o poema, com a roupa suja, passou por mim.
eu sou, também, a roupa suja na ida
e isso não te invejo.
correndo com o relógio..
invejo a sua cortesia ao passar por mim e me reverenciar o perto..
logo eu que só reconheci meu perto na ida.
e ida pode ser de
partida,
despedida e ida de idade.
perdi todas as minhas certidões.
logo eu que só reconheci meu perto naquele mendigo, e
o invejei.
logo eu que só agora percebi que sou, às vezes, o fim do arco-iris: de concreto..
.
.
.
.
terça-feira, 13 de setembro de 2016
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
PAREDE
Seh M. Pereira
.
.
.
.
disfarçado de utensílio doméstico,
o relógio de minha parede
anda me comendo. e
tomei
tento
pelo cio. tropecei. cai. levantei.
tropecei.
cai.
e levantei. tropecei.
tomei queda pelo tempo.
tomei gozo pela língua. pelos ponteiros.
deleite que não renego. o relógio de minha parede anda me comendo.
amante.
tomei queda pelos giros do tempo que me cai de boca.
minutos. e minutos.
horas.
gozo que não renego, o relógio de minha parede é quem me come.
come.
e come. e me fodo tentando fugir do seu dialeto.
não tomo tento.
as paredes têm ouvido.
tomei queda pela língua.
cio que escorre do meio de minhas pernas.
tomei queda pelos ponteiros que me deixa líquido.
e líquido é o deleite desse meu amante disfarçado agora de utensílio doméstico.
não tomei prumo pelos giros da língua do tempo que me arrasta fundo.
perdo o rumo.
disfarçado de utensílio doméstico, o tempo é o meu amante que mais me fode.
cio que me arrasta.
é minuto, o deleite.
língua que me dita fundo todo o seu dialeto, em mim, é minuto.
gozo que escorre pelo meio de minhas pernas é minuto.
ócio que me carrega nos ponteiros, após o gozo, é horas.
e eu, líquido.
tropecei. caí. levantei.
tropecei.
caí. e levantei.
e tropecei.
e cair.
e em todo os meus minutos.
horas. horas. e horas.
cio que não renego,
e tomo tento; tempo que me come.
encostado na parede.
disfarçado de utensílio doméstico.
tomei gozo de todo seu dialeto,
perdo o prumo.
perdo o rumo. perdo de não encontrar minhas pernas e novamente
tomar queda.
.
.
.
domingo, 10 de julho de 2016
EUTITI
Seh M. Pereira
.
.
.
.
A
.
Tristeza
.
só serve pra dar uma
e
mandar
.
embora. Tudo, muito, profissional..! Não tem que
dormir no meu cafofo!.. E não tem bororó,
nem casca de ovo. Porque a Alegria,
na minha vida,
é a dona da pensão: a Nega-Veia!.. O Amor da minha vida.. E ela tem
ciúme do Pretinho, entendeu..?
.
.
Então,
se
a Tristeza for embora hoje;
ó!,
.
amanhã pra mim faz dois dias e vai pela sombra..!Vai
pela sombra!.. Porque
.
não rola amor..!
.
.
Não rola a mesma química que tem com a Alegria..! Não sei se
você está me entendendo..? O que eu quero dizer
é que a dona da pensão,
é!,
a dona da pensão: a Nega-Veia..! O
amor da minha vida! E
sem gongar
.
a lisura do Pretinho,
por favor..!
.
.
Por favor..
.
Sei que é errado trair minha patroa..! Sei que é errado.. Mas
aquele que nunca deu uma com a Tristeza,
que atire a primeira
pedra..! Que atire a primeira
.
pedra e..
.
.
E não têm bororó, nem casca de ovo.. E
se
a Tristeza, finalmente, for embora hoje;
ó!,
.
vai pela sombra..! Vai pela sombra, de mala e cuia.. E eu
não quero nem saber quem morreu.. Não quero
nem saber..! Só quero saber de chorar..!
.
Só quero saber
é de chorar..
.
.
.
.
Seh M. Pereira
.
.
.
.
A
.
Tristeza
.
só serve pra dar uma
e
mandar
.
embora. Tudo, muito, profissional..! Não tem que
dormir no meu cafofo!.. E não tem bororó,
nem casca de ovo. Porque a Alegria,
na minha vida,
é a dona da pensão: a Nega-Veia!.. O Amor da minha vida.. E ela tem
ciúme do Pretinho, entendeu..?
.
.
Então,
se
a Tristeza for embora hoje;
ó!,
.
amanhã pra mim faz dois dias e vai pela sombra..!Vai
pela sombra!.. Porque
.
não rola amor..!
.
.
Não rola a mesma química que tem com a Alegria..! Não sei se
você está me entendendo..? O que eu quero dizer
é que a dona da pensão,
é!,
a dona da pensão: a Nega-Veia..! O
amor da minha vida! E
sem gongar
.
a lisura do Pretinho,
por favor..!
.
.
Por favor..
.
Sei que é errado trair minha patroa..! Sei que é errado.. Mas
aquele que nunca deu uma com a Tristeza,
que atire a primeira
pedra..! Que atire a primeira
.
pedra e..
.
.
E não têm bororó, nem casca de ovo.. E
se
a Tristeza, finalmente, for embora hoje;
ó!,
.
vai pela sombra..! Vai pela sombra, de mala e cuia.. E eu
não quero nem saber quem morreu.. Não quero
nem saber..! Só quero saber de chorar..!
.
Só quero saber
é de chorar..
.
.
.
.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
COMBURENTE
Seh M. Pereira
.
.
.
.
Na
massagem
nos pés
.
que
tranquiliza,
.
e te
vira do
avesso; fui
.
.
as unhas
que
.
lamberam suas
coxas,
e te trepidou o
alicerce; a
língua
.
.
que expandiu o
mapa-mundi
de sua
.
vulva; o côncavo
.
.
da árvore
de
.
suas costas, pela
rédea
.
.
dos seu
cabelo
desgrenhado;
.
.
tentando
engolir no
amor
.
.
a paz
.
dos
escândalos; o
.
desemboco
do sim..
.
.
.
.
DESAS_SOSSEGO
Seh M. Pereira
.
.
.
.
A gastura
dos
sapatos
apropria-me; e
permito
que
.
.
leve-me, até
determinado
ponto - agradeço
a acolhida, e
despeço-me;
.
.
sou um
agora
.
.
no enrosco
dos
dedos
da espera.. Peço
licença
.
para
adentrar
em
corações.. O
ponto
que
mais me
atrai
.
é o de
interrogação. No
regresso,
.
.
reapropria
meus
pés
descalços; e
que o proprietário
me ajude
na volta..
.
.
Deixo
um pouco de
mim, e
se permitir,
levo
.
.
um pouco de ti..
.
.
.
Seh M. Pereira
.
.
.
.
A gastura
dos
sapatos
apropria-me; e
permito
que
.
.
leve-me, até
determinado
ponto - agradeço
a acolhida, e
despeço-me;
.
.
sou um
agora
.
.
no enrosco
dos
dedos
da espera.. Peço
licença
.
para
adentrar
em
corações.. O
ponto
que
mais me
atrai
.
é o de
interrogação. No
regresso,
.
.
reapropria
meus
pés
descalços; e
que o proprietário
me ajude
na volta..
.
.
Deixo
um pouco de
mim, e
se permitir,
levo
.
.
um pouco de ti..
.
.
.
domingo, 12 de junho de 2016
domingo, 5 de junho de 2016
PRENHO
Seh M. Pereira
.
.
.
.
E desenterrei ao
pé da
árvore, de minha infância, meu velho par de
sapatos.. E
no meu pneu-de-balanço carrego
todos os meus eus, e
este
.
que me veste agora; ou,
aquele que, já não me veste mas ainda me
encontro.. Aperto
.
.
o passo, e os
ponteiros insistem em me dar
voltas.. E desenterrei
ao pé da árvore, de minha infância, os
passos que
deixei
.
pelo caminho; deixo partir aquele que já não me
veste, mas sem perdê-lo de
vista. O eixo, dos ponteiros, que não
segue seu destino em
ser ferrugem.. O
.
nome que carrega em sua
certidão de idade
.
.
é que reajo, no gota a gota do tempo..
.
.
.
.
terça-feira, 31 de maio de 2016
quinta-feira, 26 de maio de 2016
QUILOMBOLA
Seh M. Pereira
.
.
.
.
Negro que lê..! Vestido de
renda,
bordado a mão, África
mãe. Tecido
.
.
rasgado.
.
Lutei; mas
a ratazana que roeu a
roupa da rainha e deixou-a seminua
ainda está prenha. Fiandeiro com discurso de capitão
do
.
mato não
completa, áfrica rainha.
.
.
E a ratazana que não
perde sua prenha. Agulha em desarranjo, não
completa
quilombola. Negro com discurso de
capitão do mato
descostura. Não completa..!
.
.
Dei água a mãe; dei água. Dei água no seu trono de rainha, África.
.
Lutei!.. Bordado a
mão; negro que lê, casa
grande não acolhe. A ratazana e
.
.
suas ninhadas, casa
grande
acolheu. Tecido rasgado; vestido de
renda, África
rainha mãe.
.
.
Casa grande senzala que se
planta injustiça pisada por pés pretos
descalços. Discurso de fiandeiro capitão do mato,
não completa, em
senzala que se planta injustiça pisada por pés pretos descalços. Quilombola,
casa grande não acolhe;
.
lutei!..
.
.
África chora as
lágrimas de seus filhos paridos
neste navio negreiro.
.
Mas reescrevo minha história. Dei água a
mãe; dei água. Dei água no
seu trono de
.
rainha, África.
.
.
.
.
Seh M. Pereira
.
.
.
.
Negro que lê..! Vestido de
renda,
bordado a mão, África
mãe. Tecido
.
.
rasgado.
.
Lutei; mas
a ratazana que roeu a
roupa da rainha e deixou-a seminua
ainda está prenha. Fiandeiro com discurso de capitão
do
.
mato não
completa, áfrica rainha.
.
.
E a ratazana que não
perde sua prenha. Agulha em desarranjo, não
completa
quilombola. Negro com discurso de
capitão do mato
descostura. Não completa..!
.
.
Dei água a mãe; dei água. Dei água no seu trono de rainha, África.
.
Lutei!.. Bordado a
mão; negro que lê, casa
grande não acolhe. A ratazana e
.
.
suas ninhadas, casa
grande
acolheu. Tecido rasgado; vestido de
renda, África
rainha mãe.
.
.
Casa grande senzala que se
planta injustiça pisada por pés pretos
descalços. Discurso de fiandeiro capitão do mato,
não completa, em
senzala que se planta injustiça pisada por pés pretos descalços. Quilombola,
casa grande não acolhe;
.
lutei!..
.
.
África chora as
lágrimas de seus filhos paridos
neste navio negreiro.
.
Mas reescrevo minha história. Dei água a
mãe; dei água. Dei água no
seu trono de
.
rainha, África.
.
.
.
.
terça-feira, 10 de maio de 2016
EM
Seh M. Pereira
.
.
.
.
da arrebentação: em
pêlos, e
pelos seus aplausos me
dou..! ensaio de
línguas;
das nossas
.
salivas
em dialeto; nua.. em
pano de
fundo, despida: em
.
.
pêlos, e pelos
nus sentidos. dos
cúmplices. do eu, todo
líquido. ensaio de
línguas. toda arrebentação e
timbre..! em
pêlos,
e me
.
afogo..
.
.
.
.
sábado, 6 de fevereiro de 2016
ESTANDARTE DE OURO
Seh M. Pereira
.
.
.
.
Aceitei
.
.
ser seu carnavalesco. Comissão de
Frente: todo jogado fora.
Bateria: ao comando do Mestre Tranco e Barrancos. Evolução aos
poucos.. Fantasia latente!.. Todo trabalhado em
luxo,
.
defeito e Alegoria. Eu,
mestre-sala; e você, minha porta-bandeira..! Desfilando aos
aplausos da arquibancada!.. Enredo
perfeito para o
.
.
amor.. Danem-se os jurados! Harmonia pura e
convidativa. Samba-Enredo na
boca do povo. E
.
a nossa
Escola de Samba
não caiu! Vai ficar para a
.
.
estória..
.
.
.
Seh M. Pereira
.
.
.
.
Aceitei
.
.
ser seu carnavalesco. Comissão de
Frente: todo jogado fora.
Bateria: ao comando do Mestre Tranco e Barrancos. Evolução aos
poucos.. Fantasia latente!.. Todo trabalhado em
luxo,
.
defeito e Alegoria. Eu,
mestre-sala; e você, minha porta-bandeira..! Desfilando aos
aplausos da arquibancada!.. Enredo
perfeito para o
.
.
amor.. Danem-se os jurados! Harmonia pura e
convidativa. Samba-Enredo na
boca do povo. E
.
a nossa
Escola de Samba
não caiu! Vai ficar para a
.
.
estória..
.
.
.
Assinar:
Postagens (Atom)