sábado, 21 de janeiro de 2017

MATUTINA
Seh M. Pereira
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o olor, de cio, de fêmea misturava-se a fumaça do
café que eu acabara de fazer. e por mais que
essa bebida matutina estivesse amarga era com a língua, e todo esse seu dialeto, que ela adoçava o inicio do meu dia. o olor, dela de manhã, era um convite para não sairmos da cama. e permanecermos coando. coando os nossos corpos sob o lençol
prestes a não quarar, tão cedo, com o giro dos ponteiros. o amor, as vezes, amanhece e em outras já acorda amanhecido. ambos ponho na forma e levo ao
forno para ficar no nosso ponto. ficar crocante. para ficar torradas na manteiga derretida.
o olor, dela de manhã, mistura-se ao café com pão que lhe levava
na cama. e, também, ao lençol amarratado feito abraço apertado, sem espaço de tempo para se pensar longe, desse nosso íntimo ligamento. eu era dela,
e ela
era de quem ela quisesse..

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